quinta-feira, 2 de outubro de 2008
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Breve lição para um melhor conhecimento e compreensão da história recente e actual do Brasil
Para não variar, mais um artigo do Olavo de Carvalho, o meu guru preferido:
Cartas a um amigo americano – 2
Olavo de CarvalhoDiário do Comércio, 03 de dezembro 2007
Prometi resumir as transformações políticas concomitantes aos fatos econômicos descritos na carta anterior, e é o que vou fazer aqui.
Em 1963, o secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, Luís Carlos Prestes, conseguiu persuadir o governo soviético de que os tempos estavam maduros para a eclosão de uma guerra civil agrária no Brasil. Deviam estar mesmo, pois a morte de um diplomata cubano em acidente aéreo trouxe à luz acidentalmente as provas documentais de que o governo de Havana estava fornecendo armas, dinheiro e instrução para os guerrilheiros associados às Ligas Camponesas que, sob a liderança do deputado Francisco Julião, espalhavam o terror no Nordeste do país. As provas foram entregues ao presidente da República, João Goulart, que em vez de mandar investigar o caso remeteu discretamente os documentos a seu amigo Fidel Castro. Não há nada de estranho nesse episódio de alta traição, de vez que o próprio Goulart pregava abertamente a derrubada do regime, incitando os soldados e sargentos das Forças Armadas à rebelião contra seus superiores. A penetração dos comunistas no governo era tão vasta que em março do ano seguinte Luís Carlos Prestes proclamava num comício: “Estamos no poder.”
É claro que estavam, mas não com muitas garantias. Vários líderes políticos e militares planejavam em segredo a deposição do presidente. Em março de 1964, uma onda de protestos populares, a maior que se vira no país até então, fez com que o general Olympio Mourão Filho se adiantasse aos conspiradores, colocando subitamente as tropas do Estado de Minas Gerais em marcha contra o governo federal. Surpreendidos pela ousadia, até os comandantes militares aparentemente fiéis ao governo acabaram aderindo ao movimento. Goulart e seus cúmplices comunistas foram postos em fuga sem um só tiro.
O novo governo, improvisado sob a chefia do marechal Humberto Castelo Branco, prometeu realizar eleições livres em seis meses, mas depois mudou de idéia. Em pouco tempo as principais lideranças civis associadas ao movimento anti-Goulart foram elas próprias destruídas. O cargo de presidente tornou-se monopólio dos altos oficiais militares, enquanto os comunistas se rearticulavam em organizações terroristas e, entre um atentado e outro, preparavam a guerra de guerrilhas que iria eclodir a partir de 1968.
De Castelo Branco até Emílio Garrastazu Médici, isto é, nos dez primeiros anos subseqüentes à derrubada de Goulart, o regime, embora desmantelasse o sistema democrático, ao menos cumpriu fielmente sua promessa de modernização capitalista da economia. Os anos finais do governo Médici foram tão prósperos que nas últimas semanas do seu mandato o general era um dos presidentes brasileiros mais populares de todos os tempos, malgrado a dureza da repressão às guerrilhas.
Seu sucessor, Ernesto Geisel, deu um giro de 180 graus no curso dos acontecimentos. De um lado, criou uma infinidade de empresas estatais, fazendo da economia brasileira uma das mais centralizadas do mundo. De outro, rompeu o tradicional alinhamento brasileiro com os EUA, restabeleceu as relações com a China, ajudou Cuba a invadir Angola e promoveu o retorno dos comunistas e goulartistas em geral à atividade política. Embora continuasse a ser nominalmente um representante do movimento de 1964, imprimiu ao pais uma violenta guinada para a esquerda. Os esquerdistas jamais lhe demonstraram a menor gratidão, mas o fato é que nos últimos dias do seu governo, bem como ao longo da gestão de seu fiel continuador, João Figueiredo, já era visível que os esquerdistas iriam se tornar em breve a força dominante, ganhando no terreno político mil vezes mais do que haviam perdido na aventura suicida das guerrilhas. Tanto mais porque, submetidas por vinte anos ao jugo militar, as lideranças políticas de direita haviam se enfraquecido e corrompido ao ponto de tornar-se incapazes de agir exceto como parceiras em alianças controladas, sutilmente ou ostensivamente, pela esquerda. Ao mesmo tempo, as facções de esquerda que não haviam participado diretamente das guerrilhas já haviam conquistado, em silêncio, o domínio quase total da grande mídia, do ensino e das instituições culturais em geral, mediante a persistente aplicação da estratégia de “revolução cultural” concebida pelo ideólogo italiano Antonio Gramsci. No começo da década de 90, os valores e o vocabulário da esquerda haviam se arraigado tão profundamente na mentalidade geral das classes média e alta, que o ensaio de retorno ao direitismo, com a eleição de Fernando Collor de Melo, foi reduzido a nada com uma facilidade e uma rapidez impressionantes: alvo da mais violenta campanha de difamação que já se viu neste país, à qual a própria direita acabou aderindo por puro medo de ser difamada também, o presidente empossado em 1990 foi forçado a renunciar em 1992, sob acusações de corrupção jamais comprovadas e aliás impugnadas pela Justiça alguns anos depois, tarde demais para retirar do lixo a carreira de um político falido que hoje experimenta uma tardia e patética reencarnação como bajulador do presidente esquerdista Luís Inácio Lula da Silva.
Ao longo da década de 90, a estratégia denuncista usada contra Collor foi empregada, com sucesso, para destruir as remanescentes lideranças regionais de direita, que, se ainda desfrutaram de uma minguada fatia de poder durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, foi à custa de se contentar com algumas medidas pró-capitalistas na área econômica (tão necessárias e consensuais que o próprio governo esquerdista subseqüente não quis alterá-las) e de permanecer subservientemente caladas enquanto o presidente alimentava com dinheiro do Estado as forças revolucionárias do MST, introduzia a doutrinação comunista em massa nas escolas brasileiras, erigia em doutrina oficial todo o ideário “politicamente correto” da esquerda light internacional e, com cinismo exemplar, se dizia arrependido do seu passado esquerdista.
Em 2002, estava claro que a direita no Brasil só subsistia enquanto força de pressão na área econômica, sem a menor projeção política, ideológica e cultural. Como ao mesmo tempo que o rumo da política econômica se consolidava no sentido da modernização capitalista (estranhamente fundida com um centralismo burocrático avassalador, numa fórmula paradoxal caracteristicamente brasileira), os remanescentes da direita se iludiram pensando poder salvar-se mediante a mesma aliança subserviente com a esquerda moderada que havia assegurado a sua sobrevivência durante a era Fernando Henrique. As duas vitórias arrasadoras de Luís Inácio Lula da Silva em 2002 e 2006 mataram essa ilusão, fazendo da esquerda a única força política existente no país, enquanto a direita se contenta com a pura defesa de interesses econômicos imediatos, sem qualquer plano político ou possibilidade de inventar um.
A esquerda vitoriosa instalou no governo federal um esquema de corrupção formidavelmente mais vasto do que qualquer coisa que se pudesse imaginar no tempo de Fernando Collor, mas as denúncias a respeito são incapazes de abalar o seu prestígio político no mais mínimo que seja. A direita agonizante, abstendo-se de qualquer esforço ideológico mesmo modesto, aposta tudo nessas denúncias, e perde sempre. Ao mesmo tempo, a violência no país cresce ilimitadamente, chegando a produzir cinqüenta mil homicídios por ano, mas o governo nada faz para combatê-la. Não faz e nem pode, porque está comprometido por uma aliança discreta mas firme com as FARC, acionistas majoritárias do narcotráfico nacional e dirigentes informais das gangues brasileiras como o PCC e o Comando Vermelho. Essa aliança remonta a 1990, quando Luiz Inácio Lula da Silva e Fidel Castro fundaram o Foro de São Paulo, comando geral do movimento comunista no continente, que articula estrategicamente as ações conjugadas de partidos políticos legais com organizações de terroristas e narcotraficantes. A direita brasileira está tão enfraquecida e intimidada que ao longo de mais de uma década e meia se recusou obstinadamente a denunciar esse pacto sinistro, limitando-se a discursar apoliticamente contra os episódios de corrupção menores e mais convencionais, em termos que não se distinguem do que se dizia em 1992 contra Fernando Collor. A esquerda, por seu lado, está tão forte e segura de si que já não tolera nem mesmo esses protestos tímidos e autocastrados: acusa-os de “golpismo direitista” e nem sempre oculta sua intenção de calar as últimas vozes dissonantes, embora não pareça querer fazê-lo por meio da censura direta e sim do assédio judicial, da pressão econômica e da chantagem fiscal.
Cartas a um amigo americano – 2
Olavo de CarvalhoDiário do Comércio, 03 de dezembro 2007
Prometi resumir as transformações políticas concomitantes aos fatos econômicos descritos na carta anterior, e é o que vou fazer aqui.
Em 1963, o secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, Luís Carlos Prestes, conseguiu persuadir o governo soviético de que os tempos estavam maduros para a eclosão de uma guerra civil agrária no Brasil. Deviam estar mesmo, pois a morte de um diplomata cubano em acidente aéreo trouxe à luz acidentalmente as provas documentais de que o governo de Havana estava fornecendo armas, dinheiro e instrução para os guerrilheiros associados às Ligas Camponesas que, sob a liderança do deputado Francisco Julião, espalhavam o terror no Nordeste do país. As provas foram entregues ao presidente da República, João Goulart, que em vez de mandar investigar o caso remeteu discretamente os documentos a seu amigo Fidel Castro. Não há nada de estranho nesse episódio de alta traição, de vez que o próprio Goulart pregava abertamente a derrubada do regime, incitando os soldados e sargentos das Forças Armadas à rebelião contra seus superiores. A penetração dos comunistas no governo era tão vasta que em março do ano seguinte Luís Carlos Prestes proclamava num comício: “Estamos no poder.”
É claro que estavam, mas não com muitas garantias. Vários líderes políticos e militares planejavam em segredo a deposição do presidente. Em março de 1964, uma onda de protestos populares, a maior que se vira no país até então, fez com que o general Olympio Mourão Filho se adiantasse aos conspiradores, colocando subitamente as tropas do Estado de Minas Gerais em marcha contra o governo federal. Surpreendidos pela ousadia, até os comandantes militares aparentemente fiéis ao governo acabaram aderindo ao movimento. Goulart e seus cúmplices comunistas foram postos em fuga sem um só tiro.
O novo governo, improvisado sob a chefia do marechal Humberto Castelo Branco, prometeu realizar eleições livres em seis meses, mas depois mudou de idéia. Em pouco tempo as principais lideranças civis associadas ao movimento anti-Goulart foram elas próprias destruídas. O cargo de presidente tornou-se monopólio dos altos oficiais militares, enquanto os comunistas se rearticulavam em organizações terroristas e, entre um atentado e outro, preparavam a guerra de guerrilhas que iria eclodir a partir de 1968.
De Castelo Branco até Emílio Garrastazu Médici, isto é, nos dez primeiros anos subseqüentes à derrubada de Goulart, o regime, embora desmantelasse o sistema democrático, ao menos cumpriu fielmente sua promessa de modernização capitalista da economia. Os anos finais do governo Médici foram tão prósperos que nas últimas semanas do seu mandato o general era um dos presidentes brasileiros mais populares de todos os tempos, malgrado a dureza da repressão às guerrilhas.
Seu sucessor, Ernesto Geisel, deu um giro de 180 graus no curso dos acontecimentos. De um lado, criou uma infinidade de empresas estatais, fazendo da economia brasileira uma das mais centralizadas do mundo. De outro, rompeu o tradicional alinhamento brasileiro com os EUA, restabeleceu as relações com a China, ajudou Cuba a invadir Angola e promoveu o retorno dos comunistas e goulartistas em geral à atividade política. Embora continuasse a ser nominalmente um representante do movimento de 1964, imprimiu ao pais uma violenta guinada para a esquerda. Os esquerdistas jamais lhe demonstraram a menor gratidão, mas o fato é que nos últimos dias do seu governo, bem como ao longo da gestão de seu fiel continuador, João Figueiredo, já era visível que os esquerdistas iriam se tornar em breve a força dominante, ganhando no terreno político mil vezes mais do que haviam perdido na aventura suicida das guerrilhas. Tanto mais porque, submetidas por vinte anos ao jugo militar, as lideranças políticas de direita haviam se enfraquecido e corrompido ao ponto de tornar-se incapazes de agir exceto como parceiras em alianças controladas, sutilmente ou ostensivamente, pela esquerda. Ao mesmo tempo, as facções de esquerda que não haviam participado diretamente das guerrilhas já haviam conquistado, em silêncio, o domínio quase total da grande mídia, do ensino e das instituições culturais em geral, mediante a persistente aplicação da estratégia de “revolução cultural” concebida pelo ideólogo italiano Antonio Gramsci. No começo da década de 90, os valores e o vocabulário da esquerda haviam se arraigado tão profundamente na mentalidade geral das classes média e alta, que o ensaio de retorno ao direitismo, com a eleição de Fernando Collor de Melo, foi reduzido a nada com uma facilidade e uma rapidez impressionantes: alvo da mais violenta campanha de difamação que já se viu neste país, à qual a própria direita acabou aderindo por puro medo de ser difamada também, o presidente empossado em 1990 foi forçado a renunciar em 1992, sob acusações de corrupção jamais comprovadas e aliás impugnadas pela Justiça alguns anos depois, tarde demais para retirar do lixo a carreira de um político falido que hoje experimenta uma tardia e patética reencarnação como bajulador do presidente esquerdista Luís Inácio Lula da Silva.
Ao longo da década de 90, a estratégia denuncista usada contra Collor foi empregada, com sucesso, para destruir as remanescentes lideranças regionais de direita, que, se ainda desfrutaram de uma minguada fatia de poder durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, foi à custa de se contentar com algumas medidas pró-capitalistas na área econômica (tão necessárias e consensuais que o próprio governo esquerdista subseqüente não quis alterá-las) e de permanecer subservientemente caladas enquanto o presidente alimentava com dinheiro do Estado as forças revolucionárias do MST, introduzia a doutrinação comunista em massa nas escolas brasileiras, erigia em doutrina oficial todo o ideário “politicamente correto” da esquerda light internacional e, com cinismo exemplar, se dizia arrependido do seu passado esquerdista.
Em 2002, estava claro que a direita no Brasil só subsistia enquanto força de pressão na área econômica, sem a menor projeção política, ideológica e cultural. Como ao mesmo tempo que o rumo da política econômica se consolidava no sentido da modernização capitalista (estranhamente fundida com um centralismo burocrático avassalador, numa fórmula paradoxal caracteristicamente brasileira), os remanescentes da direita se iludiram pensando poder salvar-se mediante a mesma aliança subserviente com a esquerda moderada que havia assegurado a sua sobrevivência durante a era Fernando Henrique. As duas vitórias arrasadoras de Luís Inácio Lula da Silva em 2002 e 2006 mataram essa ilusão, fazendo da esquerda a única força política existente no país, enquanto a direita se contenta com a pura defesa de interesses econômicos imediatos, sem qualquer plano político ou possibilidade de inventar um.
A esquerda vitoriosa instalou no governo federal um esquema de corrupção formidavelmente mais vasto do que qualquer coisa que se pudesse imaginar no tempo de Fernando Collor, mas as denúncias a respeito são incapazes de abalar o seu prestígio político no mais mínimo que seja. A direita agonizante, abstendo-se de qualquer esforço ideológico mesmo modesto, aposta tudo nessas denúncias, e perde sempre. Ao mesmo tempo, a violência no país cresce ilimitadamente, chegando a produzir cinqüenta mil homicídios por ano, mas o governo nada faz para combatê-la. Não faz e nem pode, porque está comprometido por uma aliança discreta mas firme com as FARC, acionistas majoritárias do narcotráfico nacional e dirigentes informais das gangues brasileiras como o PCC e o Comando Vermelho. Essa aliança remonta a 1990, quando Luiz Inácio Lula da Silva e Fidel Castro fundaram o Foro de São Paulo, comando geral do movimento comunista no continente, que articula estrategicamente as ações conjugadas de partidos políticos legais com organizações de terroristas e narcotraficantes. A direita brasileira está tão enfraquecida e intimidada que ao longo de mais de uma década e meia se recusou obstinadamente a denunciar esse pacto sinistro, limitando-se a discursar apoliticamente contra os episódios de corrupção menores e mais convencionais, em termos que não se distinguem do que se dizia em 1992 contra Fernando Collor. A esquerda, por seu lado, está tão forte e segura de si que já não tolera nem mesmo esses protestos tímidos e autocastrados: acusa-os de “golpismo direitista” e nem sempre oculta sua intenção de calar as últimas vozes dissonantes, embora não pareça querer fazê-lo por meio da censura direta e sim do assédio judicial, da pressão econômica e da chantagem fiscal.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Infelizmente, eles têm completamente controlada a possibilidade de novos Pinochet!
Neste artigo sobre a proibição da saída da Venezuela de um contrário a Hugo Chávez, Olavo de Carvalho volta a dar-nos um vislumbre da massa oculta do iceberg-comunista sul-americano!
http://www.olavodecarvalho.org/semana/071022dc.html
http://www.olavodecarvalho.org/semana/071022dc.html
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
amarelo-tóxico
Não tendo tempo disponível para dedicar a produção própria garantindo um mínimo de qualidade compatível com o grau de exigência das elites que convidarei para leitores do meu blog, optei por escolher para texto de estreia um excerto de um artigo do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho. Este texto insere-se na sua actividade de guru intelectual e consciência da direita conservadora brasileira, a qual actividade, dado a quase inexistência da referida direita conservadora brasileira e a praticamente total dominação dos meios de comunicação social por parte da esquerda petista, tem qualquer coisa de quixotesco. Trata-se duma pessoa de enorme cultura e abrangência de conhecimentos, a tal ponto que às vezes é difícil acreditar no que diz.
"...Uma reunião entre o líder religioso budista e o presidente dos EUA causa menos preocupações aos generais de Pequim do que o novo desenho da Disney, “Os Dez Mandamentos”, que arrisca engrossar a onda avassaladora de conversões de chineses ao cristianismo (se bem que a produtora proibiu o nome “Deus” nos cartazes do filme).
As expectativas otimistas quanto ao apoio que Washington pode dar ao Tibete são da mesma ordem daquelas previsões que, uma década e meia atrás, juravam que a abertura à economia de mercado acabaria por democratizar o regime chinês. O 17º. Congresso do Partido Comunista da China, antecedido da tradicional e infalível onda de prisões de dissidentes, está aí para mostrar que as relações entre economia e poder político não obedecem à lógica linear dos administradores de empresas, mas a um jogo dialético sutil no qual os comunistas ainda são os maiores experts.
Por falar em 17º. Congresso, é bom lembrar que partidos comunistas de linha chinesa existem e atuam livremente em todas as democracias ocidentais, sem que jamais ocorra a seus adversários liberais e conservadores a idéia óbvia -- e moralmente obrigatória -- de responsabilizá-los judicialmente pela cumplicidade com os maiores crimes contra a humanidade já cometidos por algum governo deste mundo.
No Brasil, o PC do B continua a derramar lágrimas de crocodilo por conta de umas dúzias de terroristas mortos pela ditadura, ao mesmo tempo que cospe na memória dos milhões de vítimas civis de Stalin e Mao Dzedong, celebrando estes dois ogros como heróis, libertadores e quase santos.
O culto lamuriento aos “nossos mortos”, coexistindo com o soberbo e indisfarçado desprezo aos cadáveres do outro lado, é um dos traços mais salientes da mentalidade comunista e a prova cabal de que ela desconhece por inteiro a compaixão e o amor ao próximo, embora saiba usar seus sinais exteriores para efeito de propaganda quando lhe convém.
A tolerância obscena de tantos liberais e conservadores para com essa conduta sociopática faz com que eles compartilhem da sua abjeção e percam o restinho de dignidade que poderia diferenciá-los dos comunistas.
Pois os nossos senadores, xingados de servos do imperialismo por Hugo Chávez, não se apressaram em aplacar a ira do ditador venezuelano, mostrando subserviência ao comunismo internacional mediante uma homenagem imoral e descabida a Che Guevara, talvez por se identificarem, no fundo, com esse príncipe dos covardes?
No Brasil como no mundo, a mistura da ambição ilimitada de uns com a cumplicidade pusilânime de outros é a fórmula infalível de todas as desgraças."
As expectativas otimistas quanto ao apoio que Washington pode dar ao Tibete são da mesma ordem daquelas previsões que, uma década e meia atrás, juravam que a abertura à economia de mercado acabaria por democratizar o regime chinês. O 17º. Congresso do Partido Comunista da China, antecedido da tradicional e infalível onda de prisões de dissidentes, está aí para mostrar que as relações entre economia e poder político não obedecem à lógica linear dos administradores de empresas, mas a um jogo dialético sutil no qual os comunistas ainda são os maiores experts.
Por falar em 17º. Congresso, é bom lembrar que partidos comunistas de linha chinesa existem e atuam livremente em todas as democracias ocidentais, sem que jamais ocorra a seus adversários liberais e conservadores a idéia óbvia -- e moralmente obrigatória -- de responsabilizá-los judicialmente pela cumplicidade com os maiores crimes contra a humanidade já cometidos por algum governo deste mundo.
No Brasil, o PC do B continua a derramar lágrimas de crocodilo por conta de umas dúzias de terroristas mortos pela ditadura, ao mesmo tempo que cospe na memória dos milhões de vítimas civis de Stalin e Mao Dzedong, celebrando estes dois ogros como heróis, libertadores e quase santos.
O culto lamuriento aos “nossos mortos”, coexistindo com o soberbo e indisfarçado desprezo aos cadáveres do outro lado, é um dos traços mais salientes da mentalidade comunista e a prova cabal de que ela desconhece por inteiro a compaixão e o amor ao próximo, embora saiba usar seus sinais exteriores para efeito de propaganda quando lhe convém.
A tolerância obscena de tantos liberais e conservadores para com essa conduta sociopática faz com que eles compartilhem da sua abjeção e percam o restinho de dignidade que poderia diferenciá-los dos comunistas.
Pois os nossos senadores, xingados de servos do imperialismo por Hugo Chávez, não se apressaram em aplacar a ira do ditador venezuelano, mostrando subserviência ao comunismo internacional mediante uma homenagem imoral e descabida a Che Guevara, talvez por se identificarem, no fundo, com esse príncipe dos covardes?
No Brasil como no mundo, a mistura da ambição ilimitada de uns com a cumplicidade pusilânime de outros é a fórmula infalível de todas as desgraças."
Para quem quiser ler o texto na íntegra, deixo aqui o link: http://www.olavodecarvalho.org/semana/071017dce.html
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